Eu não tenho medo da solidão.
Na verdade às vezes eu gosto de estar só.
Com os meus pensamentos.
Com os meus sofrimentos.
Com os meus anseios.
Com as minhas alegrias.
Lembrando de minhas vitórias no decorrer da vida.
E também dos meus percalços.
E, como eu gostaria de esquecer das tristezas e focar apenas nas alegrias.
Seria bom o feed back somente das vitórias.
Somente dos bons momentos.
Mais fáceis de recordar, de viver outra vez.
As boas lembranças.
Mas a vida não é assim.
Ao lado das boas lembranças, vêm sempre as dificuldades.
As tristezas.
Que a gente tira de letra.
Com a cerveja gelada, com o papo com os amigos, ou com as queridas amigas.
Par seguir em frente.
Para ser feliz.
Para tomar todas.
Ou nem tanto.
Mas o suficiente para brindar à vida.
Para deixar para trás o que foi difícil, o que foi triste. Porque todos temos na vida dificuldades.
Mas precisamos brindar aos nossos grandes momentos.
Que também todos temos.
Aí eu gostaria de ter no quintal uma fada madrinha, para me dizer que alguém me ama.
Quem sabe, Soninho.
Para me fazer feliz.
Para que eu pudesse outra vez fitar as estrelas.
Dormir à beira do rio.
Do meu Rio de Contas.
De remar uma canoa, com meu filho mais velho.
Velejar nas nuvens ou nas estrelas.
De sonhar outra vez.
De comer um peixe assado.
Ou, quem sabe, de cantar uma canção há muito esquecida.
PAULO CABRAL TAVARES