Foto: Ilustrativa - Virgo Lopes
Uma garrafa de água posicionada em cima do teclado. Essa era a técnica usada por uma médica de Porto Alegre (RS) para burlar o sistema e fingir que estava trabalhando. O método foi divulgado por Jimmy Herrera, coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), onde ocorria a fraude.
Ao
deixar a garrafa, as teclas eram pressionadas, evitando que a tela do
computador desligasse - o que ativa o sistema que informa a ausência do
trabalhador do posto.
"Ela
deixou uma garrafa em cima do teclado justamente para que ficasse
emitindo um número ou uma letra dentro da tela, para que o sistema não
caísse, como se alguém estivesse usando o sistema", conta Herrera em
entrevista ao Fantástico.
Nesta última segunda-feira (28), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) anunciou a
abertura de sindicância, auditoria e implantação de novos mecanismos de
controle na central de regulação do Samu, como câmeras.
Herrera
que coordena a central, admite que sabia da fraude e acusa a direção de
não ter tomado providências. Ele conta também que um médico chegou a
apresentar 12 atestados falsos para cumprir horário menor do que o
contratado.
"Prontamente,
reuni tudo, falei com a médica que provavelmente estava sendo lesada
com o carimbo e o receituário, levei para o [Eduardo] Elsade [diretor do
Departamento de Regulação do RS]. Ela disse que achava um absurdo,
chorou. Foi aberto processo administrativo e essa médica pediu
exoneração", diz Herrera.
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