Dezenas de mulheres voltaram a ser alvo de ataques misóginos e ofensivos em Gongogi. Vídeos com conteúdo difamatório circularam nas redes sociais nesta semana, marcando a terceira vez que esse tipo de crime ocorre no município em 2025.
A primeira onda de publicações ocorreu em abril, a segunda no início de outubro e, agora, no fim do mês, os vídeos reapareceram com novas vítimas. Nas gravações, mulheres têm suas imagens retiradas de redes sociais e são expostas de forma vexatória, acompanhadas de frases humilhantes e discriminatórias.
Um servidor do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) foi apontado como suspeito de produzir parte do material ofensivo. Ele deixou a cidade após as denúncias e, até o momento, não foi localizado. A Polícia Civil mantém as investigações em curso.
Com o ressurgimento dos vídeos, pelo menos três mulheres registraram boletim de ocorrência na Delegacia Territorial de Gongogi na quarta-feira (22). “É tão triste tudo isso. Moramos em uma cidade tão pequena e essas coisas acontecendo. É um desgosto tão grande”, lamentou uma das vítimas. As mulheres atingidas cobram providências imediatas e rigor na apuração dos fatos.
A nova série de ataques motivou uma manifestação realizada na noite da última quinta-feira (30), que reuniu dezenas de mulheres da cidade. O ato contou com a participação de Rita Rodrigues, da vereadora Thaíse Andrade, Priscila Nascimento e de outras representantes do movimento feminino local. A concentração ocorreu nas proximidades de um posto de combustíveis, de onde o grupo saiu em caminhada até o centro da cidade.
Durante o trajeto, as participantes utilizaram apitos e fogos para chamar a atenção da população por onde passavam, além de entoarem palavras de ordem, cantos e pedidos de respeito às mulheres de Gongogi.
A manifestação, acompanhada pela Polícia Militar, foi encerrada em frente à Câmara de Vereadores, onde diversas mulheres expressaram publicamente sua indignação e repúdio ao material ofensivo que circula nas redes.
Durante a sessão da Câmara, a vereadora Thaíse Andrade também fez uso da tribuna, manifestando solidariedade às vítimas e condenando a violência moral e o desrespeito dirigidos às mulheres gongogienses.
A Polícia Civil segue investigando a autoria dos vídeos e busca identificar todas as pessoas envolvidas na produção e divulgação do conteúdo.
(Ubatã Sul)





















