Uma tarde de lazer numa das praias mais conhecidas e frequentadas na
capital baiana acabou em sangue. Por volta das 15h desta terça-feira (5),
banhistas se divertiam na Praia de Jaguaribe, no bairro de Patamares, quando um
grupo de quatro homens armados invadiu a faixa de areia atirando. Informações
preliminares dão conta que os bandidos tinham dois alvos, no entanto um total
de seis pessoas acabaram atingidas. Quatro delas morreram e outras duas ficaram
feridas.
Segundo a Polícia
Militar, os homens chegaram de moto e dois desceram até a areia. Ao
identificarem um desafeto, iniciaram o tiroteio, que acabou atingindo outras
pessoas que correram desesperadas na praia.
O
alvo principal da ação era Lucas Santos da Cruz, de 27 anos, que morreu na
hora. Testemunhas que estavam no local afirmaram ao CORREIO que os atiradores
identificaram um segundo alvo, que correu. E, por causa disso, começaram a
atirar aleatoriamente. Foi então que aconteceu o segundo assassinato, da jovem
Juliana Celina da Santana Silva Alcântara, de 20 anos.
Outras
duas vítimas que curtiam a praia e não eram alvo dos criminosos foram baleadas
e chegaram a ser socorridas para a Unidade de Pronto-Atendimento de Itapuã, mas
não resistiram e morreram pouco após dar entrada na unidade de saúde. Elas
foram identificados pela polícia como o adolescente Igor Oliveira Lima Filho,
de 17 anos, e André Luiz Cunha dos Santos - não há informações sobre a idade.
De acordo com o
comandante da patrulha de Polícia Militar que atendeu a ocorrência, Eurico
Filho, os bandidos estavam de moto e foram até a areia da praia para executar
Lucas. Os banhistas, ao ouvirem os primeiros disparos, correram, e os
criminosos começaram a disparar aleatoriamente, atingindo outras cinco
pessoas.
Além
das vítimas fatais, a mãe de Juliana Alcântara sofreu um tiro de raspão na
perna. A outra vítima sobrevivente é um homem que foi socorrido pelo Samu para
o Hospital Geral do Estado (HGE) em estado grave, com perfuração no tórax e
coxa esquerda, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde
(SMS).
André Luiz Cunha dos Santos e o adolescente Igor Oliveira Lima Filho, 17, foram mortos na chacina (Fotos: Leitor CORREIO) |
Pavor
A praia de Jaguaribe é muito conhecida por ser um point famoso de surfistas por conta de suas boas ondas. Durante toda semana, escolinhas de surfe fazem aulas por ali para iniciar novos aspirantes ao esporte, mas a praia também é bem vista por quem é mais experiente. Além disso, Jaguaribe também é muito frequentada por banhistas que moram na região de Patamares, Piatã, Itapuã, Boca do Rio, Imbuí e adjacências. A tarde de hoje estava tranquila, com poucas pessoas na faixa de areia. Até que tudo aconteceu.
O
CORREIO entrou em contato com diversas testemunhas que presenciaram o fato.
Nenhuma delas quis se identificar com medo e ainda traumatizados com a
situação. Uma delas afirmou que a praia estava vazia quando ouviu três tiros e
todo o mundo ficou assustado. " "Depois houve mais tiros e todos
começaram a correr", relatou.
De
acordo com a testemunha, os bandidos encostaram na barraca onde estava Lucas. O
sobrevivente afirma que aparentemente havia dois alvos e por isso aconteceram
os disparos aleatórios.
Foi o que tomou o
primeiro tiro. O vi andando até a praia, ele estava com um buraco aberto, foi
bem bizarro. Eu fui desesperado correndo para o mar. Eram aparentemente três
caras, dois foram para a areia e um foi pra calçada", disse à reportagem
do CORREIO.
Um
outro jovem que costuma frequentar a praia para surfar disse que estava
conversando com amigos em um aplicativo de mensagens quando ouviu os tiros.
"Eu estava resenhando com uns amigos e combinando para ver se dois deles
iriam para a praia, quando ouvi tiro e correria. Só vi um morto na areia, saí
correndo. Fiquei muito assustado, estou tremendo até agora. Foi muito bizarro,
não quero voltar mais nesse lugar", disse ele, que pediu para não se
identificar.
Uma
jovem que foi até Jaguaribe com a amiga diz que saiu aproximadamente 15 minutos
antes de tudo acontecer. A pessoa que estava com ela viu tudo e correu quando
ouviu os primeiros disparos. "Foi a pior coisa que já vivi em minha vida.
Desde o ano passado não ia à praia por causa da pandemia, hoje decidi arriscar
porque estava com saudade do mar e acabou assim", contou.
O
CORREIO apurou que o alvo principal da ação, Lucas Santos da Cruz, morava em
frente ao Beco Toque de Bola, na Boca do Rio, e possuia entrada por tráfico de
drogas, além de ser um assaltante conhecido na região. A outra vítima, Juliana
Alcântara, era moradora do conjunto Marback. A mãe dela foi atingida por um
tiro de raspão na perna. As primeiras informações dão conta de que os autores
do crime são da Rua do Barreiro, na Boca do Rio.
Fonte: Correio*
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